A instituição escolar pode ser compreendida como um
espaço social privilegiado onde, concomitantemente, é socializado saberes
sistematizados e transmitidos valores por ela legitimados
[...] as escolas são
formas sociais que ampliam as capacidades humanas, a fim de habilitar as
pessoas a intervir na
formação de suas
próprias subjetividades e a serem capazes de exercer poder com vistas a
transformar as condições
ideológicas e
materiais de dominação em práticas que promovam o fortalecimento do poder
social e demonstrem as
possibilidades de
democracia.
Ao mesmo tempo, a escola assume potencialmente o papel de
transformar a sociedade. Portanto, ela é produto e produtora das relações
sociais.
Gestão Democrática- Responsabilidade de todos
Outro conceito importante é o da participação, pois também pode ter muitos significados, além de poder ser exercida em diferentes níveis. Podemos pensar a participação em todos os momentos do planejamento da escola, de execução e de avaliação, ou pensar que participação pudesse ser apenas convidar a comunidade para eventos ou para contribuir na manutenção e conservação do espaço físico.
Portanto, as conhecidas perguntas sobre "quem participa?", "como participa?", "no que participa?", "qual a importância das decisões tomadas?" devem estar presentes nas agendas de discussão da gestão na escola e nos espaços de definição da política educacional de um município, do estado ou do país.
Os instrumentos e práticas de gestão escolar são em geral a mescla de democracia representativa - instrumentos e instâncias formais que pressupõem a eleição de representantes, com democracia participativa - estabelecimento de estratégias e fóruns de participação direta, articulados e dando fundamento a essas representações.
OPINE: A sua comunidade escolar e do seu entorno tem participado ativamente das ações desenvolvidas pela sua escola? e a escola tem tentando fazer com que as mesmas se envolvam no processo de busca de qualidade ?
O modelo de
gestão escolar adotado combina formas de planejamento e controle central na
formulação de políticas com a descentralização administrativa na execução das
mesmas. A flexibilidade presente nesse modelo é colocada em prática mediante a
descentralização administrativa que representa
a transferência de obrigações dos órgãos centrais às escolas e à
municipalização do ensino fundamental. A descentralização financeira que
permite à escola maior
flexibilidade na gestão e captação de
recursos externos e a descentralização pedagógica - elaboração coletiva do
Projeto Pedagógico pelo estabelecimento de ensino - são dimensões
indispensáveis desse modelo.
A expansão da educação básica realizada dessa forma
tem sobrecarregado em grande medida os trabalhadores docentes. Essas reformas
têm resultado em reestruturação do trabalho pedagógico proveniente da
combinação de diferentes fatores que se fazem presentes na gestão e organização
do trabalho escolar, tendo como corolário, maior responsabilização dos
professores e maior envolvimento da comunidade.
Discutir a administração ou gestão
escolar nos leva à discussão acerca do conceito de administração em geral e,
também, a compreender a história da gestão, pois as transformações econômicas e
tecnológicas, bem como os princípios, funções e maneira de gerir interferem nas
práticas sociais e educacionais.
Para nossas escolas a administração, a
perspectiva dos resultados é determinante da maneira correta e eficiente de
execução do trabalho, o que implica análise e estudos detalhados de todo o
processo produtivo, para adequá-lo ao máximo de produção. Para tanto, a gestão
deve intervir desde a seleção e treinamento do pessoal até a fixação de um
sistema de incentivos econômicos, passando por controles da supervisão.
A nova regulação educativa interfere na organização de todo o sistema escolar, passando por todas as mediações até a escola. Um redesenho da organização e gestão desses sistemas está sendo esboçado e há muita contradição nesse processo. A força com que os sistemas escolares continuam a ter nos processos de regulação social é indiscutível, quer na formação da força de trabalho, quer como disciplinadores da população, papel que ganha relevância no que se refere aos pobres, face às transformações sociais atuais. Sendo assim, a função da escola regular não se restringe à qualificação para o trabalho formal, mas deve contemplar a divisão do trabalho com a complexidade recente trazida pelo crescimento dos setores informais.
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